sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Quando eu me for
(Ode a vida, um amor eterno)


Quando do meu porto, eu parti por pouco tempo,
Poucos sentiram a minha ausência, poucos pensaram em mim.
Poucas horas nos separaram, em distância de poucas curvas
Em poucas voltas do antigo relógio que se faz constante
E logo estava de volta, mal dando espaço à saudade.

Quando do meu porto, eu parti por alguns dias
Alguns sentiram minha ausência, e pensaram em mim.
Poucos aguardaram, ansiosos, minha volta,
De um trajeto com distantes retas e até houve saudade.
Mas mesmo tendo ido longe, logo estava de volta.
Cheio de saudades... louco para mata-las.

Quando do meu porto eu parti por alguns meses
A distância no coração doía,
e a saudade castigava a cada respiração.
Somente o pensamento para quebrar a distância que havia,
E como uma punição dentre as mais severas,
Quando a dor se ia.... cada vez mais forte retornava
A maldição da saudade, que no coração pulsava
Se fazendo presente, marcando seu território como chama ardente
E que nem as lágrimas eram capazes de apagá-la.

Quando do meu porto, em breve, eu partir para sempre,
Quando nesse mundo não for mais possível sorrir,
Quando não puderem mais escutar meu coração
E a saudade não for questão de distancia, mas de dimensão

Sei que alguns parecerão sofrer,
Outros se sentirão vazios, por mais nada poderem de mim querer
Mas lembrem-se que por mais imperfeito que fui,
Jamais faltou amor dentro do peito,

Mesmo que por vezes as palavras
se revestissem de farpas quando lançadas ao vento
Mesmo que por menores que foram as demonstrações de amor
Talvez por sentir o coração sofrer por este que, latente,
Sempre esteve pulsando na vida e no presente
E muitas vezes, incompreendido, se sentiu ferido, e se recolheu.

Mas a lembrança sempre se fará presente, e as recordações serão o alimento
Que vai saciar a fome da saudade que bate no peito dos que ficam,
Mesmo que esta saudade venha envolvida de lágrimas nos olhos.
Como se encontram os meus, nesses momentos inglórios.


E pra você....

E se a lágrima escorrer... Fecha os olhos e imagina que elas vão
De encontro ao mar... que já nos levou ao infinito, mesmo que por segundos

Não me afogue em lágrimas vazias
Quero apenas seu coração cheio de alegrias
E a tristeza se dissipando nos instantes seguintes,
Quando você lembrar das nossas brincadeiras tão nossas
Mas que estão eternizadas em nossas memórias,
E isso ninguém vai poder apagar...jamais

E quando estiveres só, lembra que ninguém merece a solidão
E quando ouvires Freddie  cantando aquela canção,
Lembra que o sentido dela é eterno e profundo,
E que nesse momento ela vibra dentro de mim
Como se fosse a minha voz, gritando pra você o que sinto.

E quando em suas mãos houver uma flor, sinta o perfume por mim,
E mande a essência em pensamento na minha direção.
E quando puder ver aquela criança correndo sem direção,
Lembra que é assim que se é feliz, pois o porto jamais liberta,
Pois torna cativo todos aqueles que partem, para um dia, voltar

Quando eu, deste porto, partir para sempre
Lembra-te que eu te amei, e assim,
Sentirás a minha presença, e talvez sofras menos.
Então, esquecido serei para ti momentâneas tristezas,
Uma recordação quase cega, uma chama que se apaga

E de  onde eu estiver, eu serei o dia, serei a noite
Serei um pouco de tudo, ou tudo do nada
Serei o vento que sopra seu rosto,
Trazendo a esperança de um dia
Poder mostrar tudo que nesse plano foi velado.

Quem sabe, se de onde eu estiver, eu não possa aprender
A amar da maneira que você sempre mereceu,
Mas que pela minha imperfeição,
Jamais pude entregar meu coração, que sempre foi teu.

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